O vereador de Cuiabá, Paulo Henrique (MDB), preso pela Polícia Federal sob suspeita de ligação com uma organização criminosa, teve sua prisão preventiva revogada nesta quarta-feira (25). O parlamentar, que é candidato à reeleição, responderá ao processo em liberdade com o uso de tornozeleira eletrônica, conforme decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT).
Paulo Henrique foi detido na última sexta-feira (20) pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Mato Grosso (FICCO) durante a Operação Pubblicare, um desdobramento da Operação Ragnatela. De acordo com o TJMT, ele deverá cumprir uma série de medidas cautelares, como comparecimento regular ao tribunal e uso contínuo do dispositivo eletrônico de monitoramento.
A defesa do vereador informou que, em virtude da Ordem de Soltura, Paulo Henrique não será ouvido pela Polícia Federal nesta quinta-feira (26), como inicialmente previsto.
Relembre a prisão
A prisão de Paulo Henrique ocorreu no contexto da Operação Pubblicare, que contou com a atuação de cerca de 70 policiais no cumprimento de 15 medidas cautelares, incluindo um mandado de prisão preventiva, sete de busca e apreensão, o sequestro de seis veículos e um imóvel, além do bloqueio de contas bancárias.
Na primeira fase da operação, deflagrada em junho deste ano, o vereador foi um dos alvos de mandados de busca e apreensão por supostamente atuar como intermediário entre a organização criminosa e agentes públicos da Secretaria Municipal de Ordem Pública.
Segundo as investigações, a operação teve origem no desmembramento da Operação Ragnatela, também deflagrada em junho, quando a FICCO desarticulou um grupo criminoso que havia adquirido uma casa noturna em Cuiabá por R$ 800 mil, pagos em espécie com lucros de atividades ilícitas. O local passou a realizar shows de artistas renomados, financiados pela facção criminosa e promoters.
Envolvimento com agentes públicos
A FICCO identificou que a organização criminosa contava com o apoio de agentes públicos para a fiscalização e concessão de licenças para realização dos eventos, sem a documentação exigida. As investigações também apontam que um parlamentar atuava em benefício do grupo, facilitando a interlocução com os agentes e recebendo vantagens financeiras em troca.
Os investigados enfrentam acusações de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro e associação criminosa. A FICCO/MT é composta por membros da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Judiciária Civil e Polícia Militar e atua no combate ao crime organizado no estado.